Sunday, April 08, 2007

As promessas, a ética e o egoísmo ético!...

“O egoísmo ético afirma que uma pessoa deve fazer o que é de facto em seu próprio interesse a longo prazo. Sanciona o egoísmo, mas não sanciona a parvoíce”.
James Rachels

Se calhar, não estamos preparados para suportar tanto demagogia, tanta dissimulação e tanta hipocrisia. Tal como afirmaria James Rachels, “independentemente de como nos comportamos, o egoísmo ético afirma que o nosso único dever é fazer melhor para nós mesmos”. Daí, compreendermos o lema e/ou princípio básico de certos políticos que, envoltos em exteriorizadas apetências, vivem sistematicamente de promessas, por forma a sancionarem os seus interesses a longo prazo, como garantia de manutenção do encoberto egoísmo, a que aprenderam a denominar de ético. As promessas funcionam como articulação desse indisfarçável egoísmo, propagado no culto da imagem pessoal, quase sempre conseguida às “cavalitas” de gente anónima, descartável e fortemente punida, quando inoportuna... para eles, claro!...
As promessas são um fenómeno da incompetência, da mercadoria sem qualidade – a melhor publicidade de um produto advém da sua qualidade e não do culto da imagem, quando a sabemos fora do prazo, deteriorada ou defeituosa no fabrico – e da desmesurada ambição dos predadores, eticamente egoístas. Infelizmente, o humanismo é uma palavra arredada do vocabulário desta gente que consegui o poder à custa dos feridos na guerra e nem um “cão” será concedido para lhes lamber as feridas. As bem intencionadas (?) promessas, involucradas no não ao aumento dos impostos e das portagens (– Meu filho, quando fores ocupar o cargo de primeiro m..., pensa nos mais pobres!) é apenas uma “gota no oceano” da bem engendrada dissimulação de quem soube sancionar o egoísmo – porque ético à boa maneira da política sem ética –, mas não a parvoíce. E, os pacóvios somos nós?!...
Em resposta ao descontentamento responde-se com o problema do “défice”. Aqueles que outrora crucificaram – em bem estruturadas e “falantes” crónicas aliadas aos “puxões de orelhas” do Presidente da República, Jorge Sampaio – a ministra Manuela Ferreira Leite pela sua “obsessão do défice”, são os mesmos que ora nos poupam no raciocínio de uma crise anunciada, deleitando-nos em promessas de bonança, depois da tempestade. A moralidade da morte misericordiosa esta aí, para “dar e vender”. O egoísmo ético deu lugar à parvoíce.
E há já quem apele ao regresso de Salazar, aquele que um dia se aventurou em dizer, cumprindo: No dia em que eu abandonar o poder, quem voltar os meus bolsos do avesso, só encontrará pó!...

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