Sunday, May 27, 2012

Escritor Luís Miguel Rocha é homenageado em Terras do Lethes


“Os homens são como os livros: é necessário tomá-los pelo seu valor e não pelo seu aspecto”

Joubert

Luís Miguel Rocha, autor universal, dado que está traduzido em 40 países (correspondente a 20 línguas), primeiro escritor português a ser bestseller do prestigiado Top do New York Times, com cerca de um milhão de livros vendidos em todo o Mundo, foi homenageado no pretérito dia 19 de Maio (Sábado), na sua Terra Natal (apesar de ter nascido, por acidente de percurso, na maternidade Júlio Dinis, no Porto, no dia de São Valentim de 1976), Mazarefes, freguesia milenar do bucólico e mitológico Vale do Lima, numa iniciativa conjunta da Associação Social, Cultural e Desportiva local – que nesse dia comemorava 37 anos como Grupo e 70 anos como Casa do Povo –, Junta de Freguesia de Mazarefes e Município de Viana do Castelo.


Para os mais incautos (quantas imprudências se manifestam cá pelos nossos burgos, a nível de reconhecimento cultural), sendo sempre nosso intuito despertar as mentes mais adormecidas ou acomodadas à inércia intelectual, convém aqui recordar que Luís Miguel Rocha estreou-se profissionalmente aos vinte anos de idade como operador de câmara numa produtora que assegurava a transmissão das missas dominicais na TVI. Depois rumou a Londres onde exerceu funções como guionista, tradutor e, por fim, iniciou-se na actividade literária. Como a escrita foi sempre a sua paixão, decidiu recuperar 40 páginas que havia produzido, aos 16 anos, depois de ter lido “Memorial do Convento”, de José Saramago, autor que admira. O resultado foi «UM PAÍS ENCANTADO», obra publicada em 2005 pela “Planeta Editora”, romance onde nos dá conta do Portugal moribundo no tempo do Estado Novo, mais precisamente na década de trinta, um retrato impiedoso do nosso país (da época), fielmente descrito pela escrita criativa de Luís Miguel Rocha: «A essência de um povo espremida com mãos de mestre, numa narração cruel, porém divertida, irónica, porém verdadeira, elegante, porém realista. Uma voz portuguesa que vai, com certeza, dar que falar» – escreveu Bernard Cornwell (1944), um dos mais importantes escritores britânicos da actualidade, em 14 de Julho de 2005. Infelizmente, este romance passou praticamente despercebido. Mas, o sucesso internacional chegou em 2006, com «O ÚLTIMO PAPA» (Edições Saída de Emergência). Este thriller foca-se na estranha morte do Papa João Paulo I – o “Papa do Sorriso” –, morte envolta em mistério desde o primeiro minuto e o Vaticano nunca fez nada para clarear, sendo que o mesmo Papa, supostamente, terá sido assassinado porque iria substituir membros da Cúria Romana, que estavam envolvidos em negócios de lavagem de dinheiro, com a Loja Maçónica italiana P2 e outros órgãos internacionais, como a CIA (uma pedra, também no nosso sapato).
Em 2007, seguiu-se o livro «BALA SANTA», numa edição de “Cavalo de Ferro”, onde se nos colocam várias interrogações: Que acontecimentos estiveram por detrás da tentativa de assassinato ao Papa na praça do Vaticano em 1981? Quem é, e o que sabia verdadeiramente o turco que disparou contra João Paulo II? Que forças ocultas gerem os destinos da igreja católica e conseguem nomear e destronar Papas, ocultando impunemente as suas acções? Em suma, o trama envolve uma jornalista internacional, um ex-militar português, um muçulmano que vê a Virgem Maria, um padre muito pouco ortodoxo que trabalha directamente sob as ordens do sumo-pontífice, vários agentes dos serviços secretos mais influentes do mundo e muitos outros personagens dos quatro cantos do globo, envolvem-se numa busca pela verdade e descobrem que ela nem sempre é útil. Pelo menos não o foi para João Paulo II. De facto, depois de surpreender o mundo com «O ÚLTIMO PAPA», Luís Miguel Rocha fisga mais uma vez os leitores com «BALA SANTA», a continuação de uma história de conflitos, intrigas e mistérios dentro da Igreja Católica. Desta vez, o ponto de partida é Maio de 1981, quando o papa João Paulo II sofre um atentado brutal no Vaticano. Em «BALA SANTA», as dúvidas sobre os factos se misturam com as respostas oferecidas pela imaginação (se é que se pode chamar imaginação) do autor. O resultado é uma trama hipnotizante, que faz pensar: será esta apenas uma obra de ficção?
Para quem achava que a polémica acabava por aqui, em 2011, é editado «A MENTIRA SAGRADA», numa edição da “Porto Editora”, sendo que neste último romance (se é que assim o poderemos classificar) Luís Miguel Rocha pretende perpassar a história de Jesus, numa perspectiva histórica e não religiosa, baseada num manuscrito antigo, de um particular que lhe facultou o acesso. E leva-nos a uma série de interrogações: Será que Jesus foi mesmo crucificado? Terá tudo acontecido como a Bíblia descreve? Na noite da sua eleição para o Trono de São Pedro, o Papa Bento XVI, como todos os seus antecessores, tem de ler um documento antigo que esconde o segredo mais bem guardado da História – a Mentira Sagrada. Com estes livros («BALA SANTA» e «A MENTIRA SAGRADA»), Luís Miguel Rocha liderou também as tabelas de vendas no Reino Unido.
Pelo meio, em 2009, republicou o primeiro livro com o título que sempre idealizou, chamado «A VIRGEM», na editora Mill Books, projecto que optou por criar, em 2008, mas que por circunstâncias várias não vingou: “Espero que lhes tenha agradado tanto como me deu gozo escrevê-lo. O essencial foi publicado em 2005 com o título Um país Encantado. Este título foi proposto pela editora que não gostava do que eu lhe tinha dado: A Virgem. Esta é a versão como eu a imaginei”, escreveu Luís Miguel Rocha, em nota final à mesma obra.
Luís Miguel Rocha, um nome a reter na memória de cada um de nós, define-se como um escritor profissional. Não escreve por inspiração, fazendo-o quando tem de o fazer. Gosta de escrever sobre a pressão de cumprir prazos. Reconhece também que o sucesso que tem deve-o aos leitores, para ele, sagrados.

Espera-se novo livro para o final do corrente ano.  

1 comment:

Carla said...

Um bom escritor!