Saturday, December 08, 2012

Arlindo Pintomeira expõe “Trabalhos sobre papel” no Museu Nogueira da Silva, em Braga


“Todos os dias, devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas”.

Goethe

Tomados pela necessidade de nos mantermos alheados ao uso excessivo da violência e indecoro de certos “políticos de pacotilha”, nomeadamente aqueles que sistematicamente lutam contra a Cultura e contra os homens e mulheres completos (corpo, intelecto e espírito), onde tudo evolui paralelamente para uma vida bem-sucedida e equilibrada, no dizer de Montapert, lá vamos descomprimindo o nosso “estádio sombrio” da mente, deliciando-nos com a boa música, boa poesia e a boa medida do estado emocional da Arte e da Filosofia. Imbuídos pelo saudável deleite da Cultura – qual forma imprescindível de respirar – aceitamos o amável convite do Museu Nogueira da Silva, por forma a rumarmos até à cidade dos arcebispos, ao fim da tarde da data memorável – 1 de Dezembro de 1640 – para a independência de Portugal (vilipendiada, a partir do próximo ano, pelos tais “políticos de pacotilha”), acompanhados pela nossa sobrinha Jessy Silva, a fim de assistirmos à abertura da Exposição «Trabalhos sobre papel (1975-2011) retrospectiva», do nosso bom amigo Arlindo Pintomeira, de quem já aqui falamos numa das nossas crónicas, a propósito das duas exposições que mantém em Viana do Castelo até ao dia 31, deste mês de Dezembro: “Exteriores-Interiores”, nos Antigos Paços do Concelho; e “Outras Faces”, na Galeria d’Arte da Misericórdia. Na altura, demos conta do seu extraordinário percurso de profícuo artista que é, e que continuará a ser, face à sua não menos extraordinária sensibilidade, criatividade e linha filosófica, elevada pela experiência humana, que o tem levado a concretizar diferentes formas de arte, às quais nos vamos deixando seduzir: surrealismo, contornismo e figurativismo (texturas espessas, o desenho automático, as cores vivas e primárias do expressionismo em combinações complementares, e ainda os motivos simples e depurados com algumas ligações ao surrealismo e á arte primitiva, acompanharam o artista durante grande parte da sua obra) com alguma influência através do grupo “CoBra”, mas criando o seu próprio estilo e peculiaridade.
     
Com nossa sobrinha Jessy Silva, ladeando o talentoso artista Pintomeira

Introduzidos por um painel colocado à entrada da exposição, que nos alertaria para o facto de que “a desmaterialização dos objectos foi o caminho seguido por Pintomeira numa nova linha onde o contorno acabou depois por se reduzir a um filete, as imagens dos objectos aparecem estilizados quando não reduzidas a silhuetas sem cor nem respeito pelos outros objectos do quadro, e este composto de texturas que lhe conferem ritmo, irrealidade, estatuto de «formas puras». Neste ambiente Pintomeira colocou grelhas quadriculares, aves, silhuetas femininas, rostos de perfil, frutos; e varandas, e luas, e caras com olhos de espanto”, depressa nos entrosaríamos no ambiente apelativo da pretensa e bem conseguida retrospectiva dos “trabalhos em papel”. Gostamos bastante, e isso nos basta.

Sem mais devaneios – valorizando, desta vez, o testemunho da imagem –, aqui fica esta nossa pequena nota e oportuna sugestão/convite para se deslocarem até à cidade de Braga, nomeadamente à “Galeria Jardim/Museu Nogueira da Silva” (até ao dia 3 de Janeiro de 2013), onde poderão disfrutar da mensagem, do exercício e experimentação artística do grande Artista contemporâneo do Lima e do mundo, Arlindo Pintomeira. Creiam que valerá a pena!


Pintomeira à conversa com o Reitor da Universidade do Minho, Prof. Doutor António M. Cunha


Prof. Doutor Miguel Bandeira (UM) e filho, presenças afectivas na Exposição de Pintomeira

3 comments:

Jéssica Silva said...

Uma excelente exposição :)
Boa semana :)

Anonymous said...
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Anonymous said...
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