“Falar
de Frei Bartolomeu dos Mártires é falar de uma figura que marcou a Igreja
Católica e que marca, ainda hoje, as gentes de Viana do Castelo. O seu espírito
e a sua doutrina marcaram o século XVI e a sua vida simples e regrada, de
dádiva e entrega é, ainda hoje, um exemplo”.
José Maria Costa
Por termos estado
envolvidos em dois projectos editoriais é evidente que não vamos arriscar, nem
tecer, qualquer tipo de comentário crítico-literário acerca dos mesmos, pois,
se a tal nos atrevêssemos, entraríamos em contraditório com a máxima de
Bertrand Russel quando afirma que “os homens são como as palavras; se não se
põem no seu lugar perdem o seu valor”. É nesse sentido que apenas nos atrevemos
a descrever os conteúdos e a agradecer a todos os colaboradores que, através de
um incondicional empenhamento, deram corpo a magníficos textos no âmbito da
história, da antropologia, da etnografia, da arte e da religião, não esquecendo
as vertentes literária e turística.
Começamos pelo primeiro
projecto «A Falar de Viana» (Volume III, Série 2), apresentado ao público no
dia 19 de Julho, por altura da abertura da XXXIV Feira do Livro de Viana do
Castelo, que na prossecução dos objectivos definidos para esta publicação,
iniciada em 2012, tem uma mensagem da artista de créditos internacionais, Joana
Vasconcelos (Presidente de Honra), e apresenta-se com orientação e alinhamento
de conteúdos da seguinte forma: Memória – com trabalhos de Rui A.
Faria Viana (As festas no despoletar da Grande Guerra) e de Bernardo da Silva
Barbosa (As festas há 100 anos); Registo – com reprodução de alguns
trabalhos publicados no «Portugal Ilustrado: Grande Álbum de Turismo», numa
edição da Revista Terras de Portugal,
N.º 1, 1928; Antologia Poética – com poesia de Correia de Oliveira (Viana eu
sou), Eugénio Monteverde (Amor divulgado), Euclides Rios (Procissão de Nossa
Senhora da Agonia), Fernando Castro Sousa (Viana – de Agosto e Mar), Luís Pedro
Viana (A minha história), e Carla Mesquita (Viana); Colectânea – com
trabalhos de Paulo Gomes (Maria… da Agonia), Artur Coutinho (Falar de Viana),
Matias de Barros (Senhora d’Agonia protectora do mar de Viana), José da Cruz
Lopes (Notas biográficas de Monsenhor Daniel Machado, 1912-1978), Manuel
António Fernandes Moreira (A ligação do Santuário d’Agonia à Rede Pública de
Água e Luz), Elisabete Pinto (A Festa e o Teatro), Gonçalo Fagundes Meira (A
representação de Castelo do Neiva na Romaria da Senhora d’Agonia), Álvaro
Campelo (Entre o campo e o terreiro da feira. Gado bovino e a Sociedade
Camponesa do Minho), Mota Leite (Afinidades d’Avianense com as Festas
d’Agonia), Joaquim José Peres Escaleira (Contributo para o estudo das
esculturas no espaço público de Viana do Castelo), Manuel Rodrigues de Freitas
(Corações e brincos de Viana), António Martins da Costa Viana (Iate “Nova
Albina” – entre a fúria do mar e o fogo do castelo: episódio marítimo e militar
no contexto da Patuleia), António Joaquim Monteiro da Cunha Leal e outros (O
Forte de Santiago e a defesa da barra de Viana do Castelo), Manuel de Oliveira
Martins (O Porto de Viana e a Junta Autónoma), António José Barroso (Delitos da
ingratidão debatidos pelos favores do Céu, e manifestos na relação de um
horroroso e admirável caso, de três ladrões sucedido na vila de Viana da
Província do Minho), José Rodrigues Lima (Asturianos em Viana “Maria da Glória
Gonzalez Rio Tinto”), Francisco Sampaio (O Alto Minho no ano turístico de
1990), Américo Carneiro (Os Lunas de Viana), Reis Ribeiro (Nossa Senhora em
Beato Bartolomeu dos Mártires), Sebastião Pires Ferreira (Frei Luís de Sousa e
Frei Raul de Almeida Rolo: a “Bíblia” Bartolomeana), David F. Rodrigues (Pedro
Homem de Melo no “Roteiro de Viana”), Francisco José Carneiro Fernandes
(Reavivar memórias: José Fernandes Martins arquitecto da modernidade vianense),
Manuel Inácio Rocha (Dois vianenses de vulto), Domingos da Calçada (Gen. L. A.
Pimentel Pinto á volta de uma pintura), Porfírio Pereira da Silva (José Gomes
da Cunha, 1891-1976, um vianense na I Guerra Mundial), Henrique Rodrigues
(Vianenses mortos na primeira Guerra Mundial), André Torres Costa (Uma
Necrópole em Geraz do Lima, Santa Maria), Casimiro Puga (A casa dos “Direitos
de Portagem” Santa Cristina de Afife), e, finalmente, António Rodrigues França
Amaral (O reino suevo – S. Martinho de Dume e o Pagus de Ovínia).
O segundo projecto
editorial «D. Frei Bartolomeu dos Mártires: colectânea de textos», apresentado
no dia 2 de Agosto, pelo Monsenhor Sebastião Pires Ferreira, Vigário Geral da
Diocese de Viana, assinala as comemorações dos 500 anos do nascimento do Beato
Bartolomeu dos Mártires, e nele são reproduzidos alguns dos melhores textos
publicados nos Cadernos Vianenses e
noutras publicações, de grandes autores e estudiosos bartolomeanos. São eles:
Luiz de Figueiredo da Guerra (O Arcebispo Santo D. Fr. Bartholomeu dos
Martyres, onde se incluem também a história do Convento de S. Domingos e a
descrição dos títulos das obras completas), José Marques (Frei Bartolomeu dos
Mártires: vida e obra), João Francisco Marques (O prelado, o povo e a
conjuntura: solidariedade social e solicitude de D. Frei Bartolomeu dos
Mártires), António Matos Reis (Itinerário de Braga a Roma seguido por D. Frei
Bartolomeu dos Mártires), Manuel António Fernandes Moreira (O beato Bartolomeu
dos Mártires e o Mosteiro de São Salvador da Torre), Felipe Fernandes (D. Frei
Bartolomeu dos Mártires em Viana e Breves apontamentos biográficos de D. Frei
Bartolomeu dos Mártires), Pe. Armando de Jesus Esteves Rodrigues (Convento de
Santa Cruz “S. Domingos” de Viana do Castelo), José Luís Branco com oito
trabalhos, dos quais se destacam o “processo de canonização” e a “reforma dos
cardeais”, Ana Rita Batista Raposo (A arca da fé: estudo, diagnóstico e tratamento
de um altar portátil), Jorge Alves Barbosa (A música na acção pastoral de Dom
Frei Bartolomeu dos Mártires), Alberto Antunes Abreu (A imagem do beato
Bartolomeu dos Mártires), Rui A. Faria Viana (“A Vida de Dom Frei Bartolomeu
dos Mártires” – uma raridade bibliográfica impressa em Viana no séc. XVII), Fr.
Miguel dos Santos, O.P. (A beatificação de D. Frei Bartolomeu dos Mártires e os
Dominicanos), D. José Augusto Pedreira (Bartolomeu dos Mártires, bispo de todos
os tempos), D. Jorge Ortiga (Fr. Bartolomeu dos Mártires: memória e profecia),
D. Manuel Clemente (O martírio de Frei Bartolomeu), e, finalmente, António
Manuel Couto Viana (Prece da Ribeira a Frei Bartolomeu).
Parabéns ao Município
de Viana do Castelo e ao coordenador geral das duas publicações, Rui A. Faria
Viana. Excelente o trabalho do designer Rui de Carvalho, porque esteticamente
perfeito e irrepreensível, forma e qualidade a que já nos vem habituando, a uns
anos a esta parte.
O resto, fica para apreciação dos seus hipotéticos leitores!
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