Friday, August 14, 2015

Publicada a revista «A Falar de Viana» de 2015!...

«A Romaria da Agonia é, já, também, um ícone do próprio país que começa a ser conhecido por todo mundo. Estas Festas são o espelho onde todos melhor nos revemos e nos sentimos, por inteiro, como povo».

Judite Cardoso
(Presidente da Comissão de Honra das Festas da Agonia)

No primeiro dia do mês de Agosto, em cerimónia pública realizada na Sala Couto Viana da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, foi lançado o Volume IV, Série 2, do «A Falar de Viana». Dado o nosso papel activo nesta publicação, coadjuvando Rui A. Faria Viana na sua coordenação, é evidente que não nos deixaremos enredar pelo elogio fácil, pois tal postura ou atrevimento poder-nos-ia remeter para a velha máxima de Hermógenes: «Contra a tendência para a vaidade evoco sempre o que um amigo me ensinou – “Hoje pavão, amanhã espanador!”». Sentimentos e precauções auto-elogiosas à parte, apraz-nos dizer que esta publicação, após “percorridos quatro anos da 2.ª série (…), é com a maior satisfação que sentimos uma extraordinária receptividade, manifestamente positiva, tendo em conta as inúmeras mensagens de incentivo que até nós têm chegado, transformando esta publicação numa das mais procuradas, face à sua importância no panorama histórico-cultural da nossa cidade e da própria região. / É neste contexto que assumem um papel importante todos aqueles autores que, ao longo destes quatro anos, têm colaborado connosco brinda-nos com os seus valiosíssimos trabalhos, quer em prosa quer em poesia, por forma a contribuírem para a divulgação e até promoção da história, da antropologia, da etnografia, da arte e da religião, como anteriormente temos vindo a referir, não esquecendo as vertentes literária e turística…” – escrevemos ambos na «Apresentação».
 E porque o A Falar de Viana está, por assim dizer, intimamente ligado às Festas de Nossa Senhora da Agonia, reforçando um ancestral sentimento popular de exaltação e expressão de arte e fé, que extravasa as fronteiras da região e do país, estamos em crer que a mesma publicação irá, por certo, corresponder às expectativas criadas à volta da mesma. Com a presença do Vigário-Geral da Diocese de Viana do Castelo, Sebastião Pires Ferreira; do Presidente da Câmara, José Maria Costa; da Vereadora do Pelouro da Cultura, Maria José Guerreiro; e do Presidente da Comissão Executiva da Romaria da Nossa Senhora da Agonia, Francisco Sampaio, coube a Rui A. Faria Viana, enquanto coordenador geral da mesma publicação, fazer uma síntese, bastante abrangente e bem estruturada – aspecto reconhecido por todos os presentes na mesa, e não só – de todos os trabalhos e de seus autores que, face à elevadíssima qualidade das suas “penas”, fazem antever o rigor e a qualidade científica dos mesmos.


Como será incomportável, diríamos até impossível, fazermos aqui uma síntese pormenorizada de todos os trabalhos, ficar-nos-emos apenas pelos títulos e autores, com intuito de despertarmos um interesse maior pelos seus conteúdos, tendo em conta que no plano estético será inquestionável o extraordinário trabalho realizado por Rui Carvalho, magnífico designer, portador de uma grande humildade e assoberbada tolerância, qualidades que o colocam à dimensão dos grandes.


Apostados numa cronologia temática – aliás, como vem sendo habitual –, este volume comporta, para além da mensagem da Presidente de Honra e da nossa apresentação, quatro separadores: MEMÒRIA: com trabalhos de Rui A. Faria Viana, “A Cidade e As Festas em 1915” (p. 11-23), e de Bernardo Silva Barbosa, “As Festas d’Agonia de há 100 Anos vistas pelo «A Aurora do Lima»” (p. 25-29); REGISTO: com um trabalho de Abúndio da Silva, publicado no IV Volume da «Illustração Portugueza» de 21 de Outubro de 1907, com o sugestivo título “O Minho Pittoresco: As Festas da Senhora da Agonia” (p. 33-39); ANTOLOGIA POÉTICA: onde nos é revelada a inspiração poética de Carla Mesquita com “Deste meu traje…” (p. 42), de Eugénio Monteverde com “A Cidade e o Lima” (p. 43), de Euclides Rios com “Os lírios da Senhora d’Agonia” (p. 44-45), de Fernando Castro e Sousa com “Terra Minha” (p. 46) e de Luís Pedro Viana, pseudónimo literário e artístico de Firmino Moreira da Cunha, com “Princesa ou Rainha” (p. 47); COLECTÂNEA: com trabalhos de Paulo Gomes, “Maria… de Fátima, da Agonia que leva a Deus e ao Irmão” (p. 51-53), de Reis Ribeiro, “A Festa no Ensino do Beato Bartolomeu” (p. 55-57), de Manuel António Fernandes Moreira, “O Campo da Foz e o Sagrado” (p. 59-63), de José da Cruz Lopes, “Senhora d’Agonia na vida da população piscatória vianense e a acção do Monsenhor Daniel Machado: 1912-1978” (p. 65-81), de Artur Coutinho, “A Falar de Viana” (p. 83-85), de Gonçalo Fagundes Meira, “Os Fogos nas Festas: a disputa entre a pirotecnia vianense” (p. 87-97), de António Martins da Costa Viana, “Folclorista da Bahia viu as Festas d’Agonia” (p. 99-105), de Mota Leite, “As Festas da Senhora d’Agonia na memória das Gentes do Vale do Neiva” (p. 107-109), de Ricardo Simões, “A procissão ao mar de Viana do Castelo: géneses e futuro de uma encenação comunitária” (p. 111-117), de Álvaro Campelo, “Na Senda do Ouro: vendedores ambulantes e a representação do Ouro na sociedade minhota” (p. 119-137), de António José Barroso, “Exposição de Ourivesaria Portuguesa em Viana do Castelo” (p. 139-147), de Manuel Rodrigues Freitas, “Arrecadas de Afife” (p.149-151), de Horácio Faria, “Sargaceiras de Afife” (p. 153-157), de Maria Sameiro Rodrigues Lima, “Traje usado, traje vivo: defesa do futuro do nosso património cultural” (p. 159-165), de Armando Rodrigues Dias, “Uma invejável cidade monumental” (p. 167-169), de Vasco Gonçalves, “A fachada-retábulo da Igreja de S. Domingos (Santa Cruz) e a Porta do Céu” (p. 171-175), de Francisco José Carneiro Fernandes, “Património de Viana do Castelo: azulejos da Igreja de São Bento” (p. 177-185), de Manuel Oliveira Martins, “Ramal da Doca” (p. 187-193), de Henrique Rodrigues, “Arquivar a própria vida – documentos da Casa Malafaia de Viana” (p. 195-207), de Manuel Inácio Rocha, “Recordações Únicas” (p. 209-225), de David Rodrigues, “Camilo atravessa o Alto Minho pela primeira vez em 1836” (p. 227-229), de Ana Maria Ribeiro Barros e Orlando Ferreira Barros, “A Premonição” (p. 231-233), de Sebastião Pires Ferreira, “Frei Luís de Granada: o primeiro devoto do Beato Bartolomeu dos Mártires” (p. 235-247), de Porfírio Pereira da Silva, “In Memoriam: no Centenário do Nascimento (1915-2015) de Maria Augusta d’Alpuim” (p. 249-255), de Domingos da Calçada, “Pitta Soares: ecos duma antiga romaria, um caso com oitenta e quatro anos” (p. 257-261), de Artur Anselmo, “Para um retrato do arqueólogo Manuel Sousa d’Oliveira: 1916-2001” (p. 263-267), de José Rodrigues Lima, “Artista Albino Rodrigues Lima: de modelador a escultor” (p. 269-275), de Casimiro Puga, “Figuras Afifenses: João da Fonseca – Mestre Pintor e Fingidor” (p. 277-281), de Joaquim José Peres Escaleira, “Espaços e Gentes de Viana em gravações audiovisuais” (p. 283-293), de António Matos Reis, “O Foral Manuelino de Geraz do Lima – Nos 500 Anos da sua outorga” (p. 295-301), de Torres Costa, “V Centenário do Foral Manuelino do Concelho das Terras de Geraz do Lima” (p. 303-307), de António Rodrigues França Amaral, “A Carta de Couto de Cabanas e a Via-Sacra de Areosa: novas interpretações” (p. 309-313), de José Aníbal Marinho Gomes, “Para a História da Nobreza Titulada de Viana do Castelo: Viscondes da Barrosa” (p. 315-327), de Américo Carneiro, “A Armaria e o caso vianense e da Ribeira-Lima” (p. 329-337), de Matias de Barros, “Pedro Homem de Mello escreveu, Amália Rodrigues cantou, Alain Oulman orquestrou” (p. 339-341), e, finalmente, de Francisco Sampaio, “As Indústrias Criativas e o Turismo Criativo” (p. 343-349).
        Quase quatrocentas páginas para ler, saborear e viver… As Festas, claro!

1 comment:

Carla said...

Que orgulho! Das publicações mais bonitas!