«Luís Miguel Rocha prezava particularmente o
contacto com os leitores e raramente recusava um convite para uma apresentação,
uma palestra, uma sessão com o público. Respeitava cada opinião, cada
comentário e fazia questão de responder a todas as perguntas sobre os seus
livros e sobre o que se passava “para lá dos altos muros do Vaticano”…»
Nota do editor (Porto Editora)
Apesar da nossa
aparente instabilidade cognitiva, de umas semanas a esta parte, sempre fomos
acondicionando algumas energias para pudermos recordar o Luís Miguel Rocha, nas
datas precisas do seu espaço temporal (1976-2015), porque sempre creditamos as
nossas capacidades cognitivas de viajar no tempo, tornando-o intemporal.
O Luís Miguel (da
Silva) Rocha, apesar de ter nascido na Maternidade Júlio Dinis, da cidade
Invicta, em 14 de Fevereiro de 1976, veio para Mazarefes (Viana do Castelo) com
apenas quinze dias de vida. Frequentou a escola primária local, sendo a sua
professora a dona Maria Augusta Paulino, de quem guardava as mais gratas
recordações. Depois passou dois anos lectivos na Frei Bartolomeu dos Mártires e
três anos no Monte da Ola. Completou o secundário (Humanidades) no antigo Liceu
de Viana, na altura, já denominado de Escola Secundária de Santa Maria Maior.
Aos 16 anos escreveu o
primeiro capítulo daquele que viria a ser, anos mais tarde, o livro “Um País
Encantado”. Aos 20 anos, Luís Miguel Rocha, estreou-se profissionalmente como
operador de câmara numa produtora que assegurava a transmissão das missas
dominicais na TVI, mas sempre garantiu que não foi esta experiência que lhe fez
interessar tanto pelas conspirações religiosas que trata nos teus thrillers. Depois rumou a Londres onde
exerceu funções como guionista, tradutor e, por fim, iniciou-se na actividade
literária. Como a escrita foi sempre a sua paixão, decidiu recuperar 40 páginas
que, como atrás referimos, havia produzido, depois de ter lido “Memorial do
Convento”, de José Saramago, autor que tanto admirava e continua a admirar,
agora que ambos estão na mesma dimensão extra-sensorial: A essência de um povo espremida com mãos de mestre, numa narração
cruel, porém divertida, irónica, porém verdadeira, elegante, porém realista.
Uma voz portuguesa que vai, com certeza, dar que falar. – escreveu Bernard
Cornwell, um dos mais importantes escritores britânicos da actualidade, em 14
de Julho de 2005. Infelizmente, este seu romance passou praticamente
despercebido.
Mas o seu sucesso
internacional chegou, em 2006, com «O ÚLTIMO PAPA» que percorreu o mundo e o
tornou no primeiro escritor português a ser bestseller
do prestigiado Top do New York Times. Este thriller
foca-se na estranha morte do Papa João Paulo I – o “Papa do Sorriso” –, morte
envolta em mistério desde o primeiro minuto e o Vaticano nunca fez nada para
clarear, sendo que o mesmo Papa, supostamente, terá sido assassinado porque
iria substituir membros da Cúria Romana, que estavam envolvidos em negócios de
lavagem de dinheiro, com a Loja Maçónica italiana P2 e outros órgãos
internacionais, como a CIA. Partindo das evidências documentais sobre os
estranhos acontecimentos que ocorreram na noite do falecimento do Papa, Luís
Miguel Rocha, mescla ficção e realidade – como a lista de nomes que estava com
João Paulo I antes de ele ser assassinado e que a personagem Sarah pretendeu
desvendar o que havia por trás dela e qual a relação dessas pessoas com a morte
do pontífice. Histórias paralelas se entrelaçam e trazem à luz muito do que
ficou escondido nos porões do Vaticano.
Em 2007, seguiu-se o
livro «BALA SANTA», onde se nos coloca várias interrogações: Que acontecimentos
estiveram por detrás da tentativa de assassinato ao Papa na praça do Vaticano
em 1981? Quem é, e o que sabia verdadeiramente o turco que disparou contra João
Paulo II? Que forças ocultas gerem os destinos da igreja católica e conseguem
nomear e destronar Papas, ocultando impunemente as suas acções? Em suma, o
trama envolve uma jornalista internacional, um ex-militar português, um
muçulmano que vê a Virgem Maria, um padre muito pouco ortodoxo que trabalha
directamente sob as ordens do sumo-pontífice, vários agentes dos serviços
secretos mais influentes do mundo e muitos outros personagens dos quatro cantos
do globo, envolvem-se numa busca pela verdade e descobrem que ela nem sempre é
útil. Pelo menos não o foi para João Paulo II. Em «BALA SANTA», as dúvidas
sobre os factos se misturam com as respostas oferecidas pela sua imaginação (se
é que se pode chamar imaginação). O resultado é uma trama hipnotizante, que faz
pensar: será esta apenas uma obra de ficção?
E para quem achava que
a polémica acabava por aqui, em 2011, é editado «A MENTIRA SAGRADA», numa
edição da “Porto Editora”, sendo que através deste seu romance pretendeu
perpassar a história de Jesus, numa perspectiva histórica e não religiosa,
baseada num manuscrito antigo, de um particular que lhe facultou o acesso: Será
que Jesus foi mesmo crucificado? Terá tudo acontecido como a Bíblia descreve?
Na noite da sua eleição para o Trono de São Pedro, o Papa Bento XVI, como todos
os seus antecessores, tem de ler um documento antigo que esconde o segredo mais
bem guardado da História – a Mentira
Sagrada. Em Londres, um Evangelho misterioso na posse de um milionário
israelita contém informações sobre esse segredo. Se cair nas mãos erradas pode
revelar ao mundo uma verdade chocante. Rafael, um agente do Vaticano, é enviado
para investigar o Evangelho e descobre algo que pode abalar não só a sua fé mas
também os pilares da Igreja Católica. Com estes livros (BALA SANTA e A MENTIRA
SAGRADA), Luís Miguel Rocha liderou também as tabelas de vendas no Reino Unido.
Pelo meio, em 2009, republicou o primeiro livro com o título que sempre idealizou,
chamado «A VIRGEM», na editora Mill Books,
projecto que optou por criar, em 2008, mas que por circunstâncias várias não
vingou.
Em 2013, surge com «A FILHA DO PAPA», sexto
livro na sua carreira, quarto na linha dos anteriores, onde se revela um
profundo conhecedor sobre os meandros do Vaticano, lugar-comum onde se
expressou na saga do fantástico e empolgante (como fazia questão de salientar),
do princípio ao fim. De facto, em “A FILHA DO PAPA”, ficamos a conhecer os
meandros do Vaticano, os possíveis segredos que são escondidos e todos os jogos
de interesses que são feitos, em prol da beneficiação de alguém importante. É
aí que reside o fascínio da sua criatividade literária: Até onde termina a
realidade e começa a ficção? Nunca chegaremos a saber!... O que nos parece é
que das suas mãos e da sua mente as insignificâncias ganham o cunho da
perfeição, sem que a perfeição venha a cair nas malhas da insignificância. Daí,
os seus livros, o mistério prende-nos do princípio ao fim. Daí, o próximo livro
– e por sua promessa – ter por título «A RESIGNAÇÃO» – ele estará por aí –,
seguimos-lhe os passos mas perdemos-lhe o rasto, fechando-se assim um ciclo
sobre os meandros políticos do Vaticano. Para já, ficamos com as «CURIOSIDADES
DO VATICANO» e, por proposta do Município de Viana do Castelo, na pessoa do seu
presidente, José Maria Costa, anunciado o «Prémio Literário Luís Miguel Rocha»,
que, por certo, contará com o apoio da Porto
Editora.
QUANTUM MUTATUS AB ILLO!
No comments:
Post a Comment