Nos dias 9 e 10 de Maio de 2016, participamos,
pelo quarto ano consecutivo, nas «VII
Jornadas Internacionais de História da Loucura, Psiquiatria e Saúde Mental»,
que decorreram em Coimbra, no auditório da Secção Regional do Centro da Ordem
dos Farmacêuticos, numa organização da «Sociedade
de História Interdisciplinar da Saúde – SHIS», com o apoio e colaboração
científica e institucional do «Grupo de
História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Centro de Estudos
interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra — GHSCT-CEIS20»,
cujos coordenadores são os Professores Doutores João Rui Pita e Ana Leonor
Pereira, da mesma Universidade, e que visam dar continuidade a temáticas
apresentadas e aprofundar as frentes de discussão abertas desde a primeira
edição.
Esta sétima edição teve a
particularidade de introduzir pela primeira vez tópicos como a história da
loucura – segundo Ana Leonor Pereira, em homenagem ao companheiro de Jornadas,
o médico-psiquiatra Adrián Gramary, e ao seu magnífico livro, lançado no ano
anterior, «Palco da Loucura: Os Demónios
em Picasso, Hemingway, Marilyn…» –, imaginários literários, utopias sociais
e senso comum desde a antiguidade clássica até à actualidade.
Celia Garcia Diaz |
Condicionados pela distância e pelo
desarticulado “expresso”, com paragens prolongadas em diversas localidades, a
premeio de um aparatoso acidente na A28 (uma hora de fila), chegamos a Coimbra
a tempo de ouvirmos a 2.ª Sessão de apresentação de comunicações, com Celia
Garcia Diaz, Psiquiatra no Serviço Andaluz de Saúde (USMC valle del Guadalhorce),
abordando «Eugenesia, feminismo e loucura
na segunda república espanhola: o caso Hildegard Rodriguez». Esta abordagem
reporta-nos a 9 de Junho de 1933, dia em que Aurora Rodriguez assassinou sua
filha Hildegart com um tiro, na sua residência em Madrid. Segundo Celia Garcia
Diaz, o caso foi muito relevante por vários motivos: mãe e filha chegaram a ser
muito conhecidas no ambiente intelectual dos 20 e 30 em Espanha. Hildegart foi
o expoente máximo sobre matéria de sexologia, reformas eugénicas e o papel da
mulher na sociedade. O processo judicial levou a que Aurora fosse internada num
hospital psiquiátrico até à sua morte. Através da peritagem e sua história
clínica de Aurora, Celia Diaz procurou analisar como a “instituição”
transformou o discurso da paciente, e como ela resistiu à dinâmica totalizadora
da mesma “instituição”, baseando-se, precisamente, na sua história clínica. Aurora,
condenada a 24 anos, 8 meses e um dia de prisão, recusando-se ao seu estado de
loucura, criando permanentes conflitos com outras reclusas, teve como último
destino o manicómio, porque acometida por uma depressão que a levaria a um
estado final de demência. Contudo, sempre acabaria por deixar marcas de algum
contraditório e/ou lucidez: – Nunca acreditei
que o meu túmulo fosse o manicómio!
Francisco Molina Artaloytia |
Seguiu-se Francisco Molina Artaloytia,
Professor de Filosofia (História e Filosofia da Ciência-Lógica) no Ensino
Secundário, em Espanha, com «Ferramentas
epistemológicas e fontes para conhecer a História da Categoria de “Homossexualidade”
na Medicina Portuguesa no Século XX e suas simetrias/ assimetrias com sua
homóloga espanhola», propondo-se, através dos resultados da sua tese de doutoramento,
recentemente defendida, desvendar um excelente reportório das principais fontes
históricas para recorrermos à construção da “homossexualidade como categoria
nas ciências biomédicas portuguesas do século XX, particularmente na
psiquiatria e medicina forense da antessala e desenlace do Estado Novo, investigação que se tornou frutífera porque lhe
permitiu estabelecer uma perspectiva comparativa com o caso espanhol do
franquismo. Recorrendo ao psiquiatra Júlio de Matos e ao antropólogo Mendes
Correia, acabou por utilizar metateorias (filosofias) da ciência, especialmente
utilizadas para as análises das tipologias humanas desde as perspectivas da
epistemologia histórica, a filosofia analítica e o materialismo cultural.
Gostamos particularmente desta comunicação, por abordar a criminologia
positivista; a vida sexual e conflito sexual; vícios genéricos e elementos
normalizadores: homossexualidade/ heterossexualidade; modelo sexual
mediterrânico; recalcando, pela primeira vez, lugares comuns da história da
psiquiatria e da história das “homossexualidades”.
Maria do Rosário Neto Mariano |
Da parte de tarde do dia 9 de Maio,
assistimos a uma extraordinária conferência plenária pela professora universitária
da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Maria do Rosário Neto
Mariano, onde abordou as «Perturbações
comportamentais e psicopatologias em personagens do Naturalismo francês: a
Escola de Charcot e as suas influências na literatura», levando-nos ao
conhecimento de que uma das vertentes do Naturalismo literário, “fundamentada
aliás, no seu acentuado interesse pelas ciências da vida, é a incidência que
nele têm os casos de perturbações comportamentais mais ou menos graves,
psicopatologias aparentemente incuráveis ou de etiologia desconhecida e
degenerescências várias, atribuídas a factores hereditários dificilmente
contornáveis”. Magnífica e cientificamente irrepreensível conferência plenária,
para ser dita ou avaliada nestas modestas linhas. Esperamos pela sua publicação
nas Actas das Jornadas, no próximo ano!
Porfírio Pereira da Silva |
A 3.ª Sessão de apresentação de
comunicações, iniciou-se com a nossa intervenção, a propósito do «génio de Camilo Castelo Branco (1825-1890) e
a sua atribulada relação com os médicos do seu tempo», que por ser deontologicamente
incorrecto falar em “casa-própria”, ficar-nos-emos pelo título e pelos
incentivos recebidos.
Luís Timóteo Ferreira |
Seguiu-se-nos Luís Timóteo Ferreira, do “CEIS20
– Universidade de Coimbra” e professor do ensino básico, abordando o «Higienismo e alienismo na obra de Júlio
Dinis», observando o facto de que a despeito das continuadas reedições e
adaptações ao longo de mais de um século, a obra de Júlio Dinis permanecer
secundarizada, ou mesmo esquecida, desde o currículo escolar até aos estudos
literários, culturais e históricos. A sua comunicação foi no sentido (e bem) de
relevar a influência e a transparência de concepções médicas na sua obra,
sustentando a ideia de que “a construção das personagens e da acção das suas
narrativas, para além de revelarem as características de um imaginário literário
da medicina, constituem uma decisão racional de transposição estética, como
teoria da criação literária, de concepções médicas dos corpora de conhecimentos higienistas e alienistas”. Gostamos!
Adrián Gramary |
Adrián Gramary, nosso companheiro de
Jornadas de há quatro anos a esta parte (com alguma cumplicidade à mistura), Médico
Psiquiatra nos Hospitais Senhor do Bonfim, Vila do Conde, trouxe-nos à coacção
a «Origem e controvérsias forenses do
conceito de “Loucura Lúcida” em Júlio de Matos: a propósito do caso Maria
Adelaide Coelho da Cunha», analisando a origem do conceito em Júlio de
Matos, nomeadamente através de dois autores que terão influenciado no
desenvolvimento deste mesmo conceito nosológico no alienista português: Ulysse
Trélat e Henry Maudsley. A partir das origens históricas do conceito de “Loucura
Lúcida”, Adrián Gramary fez uma reflexão sobre a controversa aplicação do mesmo
âmbito forense, por parte de Júlio de Matos, em casos famosos como o de Rosa
Calmon e Maria Adelaide Coelho da Cunha, incidindo sobre a última a análise do
relatório psiquiátrico-forense elaborado por Júlio de Matos, Sobral Cid e Egaz
Moniz, que, fundamentado no diagnóstico de “loucura lúcida”, permitiu a sua
interdição. Simplesmente, sublime!
Carlos Branco |
A 4.ª Sessão de apresentação de
comunicações, iniciou-se com Carlos Branco, Médico do Centro de Filosofia das
Ciências da Universidade de Lisboa, abordando «As emoções no peri-suicídio vertidas numa colecção centenária
restaurada de máscaras do cadáver», fazendo equipa com os Médicos Legistas
do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, João Pinheiro e
Maria Cristina de Mendonça, existente no mesmo Instituto de Lisboa, constituída
no âmbito de um estudo que o então director da delegação da capital, João de
Azevedo Neves, principiou no limiar do século XX. Ao coligir 240 casos de
suicídio por enforcamento, tratava-se “apurar a putativa relação entre as
emoções nos últimos instantes de vida e a fisionomia cadavérica, a qual,
existindo, permitiria inferir sobre as circunstâncias da morte”. Referido o
livro do Dr. Azevedo Neves, «Le Masque du Cadavre», editado em Lisboa (1931). Interessante!
Xaqueline Estévez Gil, ladeada por David Simón Lorda |
Seguiu-se Xaqueline Estévez Gil, em
representação do grupo de trabalho, liderado pelo Psiquiatra David Simón Lorda,
no qual se incluem ainda Jessica Otilia Pérez Triveño, María Victoria Rodríguez
Noguera e Manuel Fernández de Aspe, todos do Complexo Hospitalário de Ourense
(Servizo Galego de Saúde), que acabaria por abordar a temática do «Hipnotismo, medicina e psiquiatria em Galiza
a finais do século XIX e primeiros anos do XX (Do Dr. Sánchez Freire ao ilusionista
hipnotizador Onofroff)», contextualizando a recepção e o uso do hipnotismo
na Galiza, neste mesmo período. Recorrendo à projecção de imagens e recortes de
imprensa, manifestou-se numa interessante comunicação!
Maria Victoria Rodriguez Noguera |
Logo pela manhã do dia 10 de Maio,
segundo dia das Jornadas, teve lugar a 5.ª Sessão de apresentação de
comunicações, iniciada por Maria Victoria Rodríguez Noguera, sendo ladeada por
David Simón Lorda (do Complexo Hospitalário de Ourense, da qual fazem parte,
ainda: Elisabet Balseiro Mazaira, Mónica Minoshka Moreira Martínez e Luis
Rodríguez Carmona), abordando as «Piretoterapias,
curas de Sakel, electrochoques e outras terapias (Psiquiatria na
Galiza-Espanha, 1916-1972)», reflectindo o facto de durante o primeiro
terço do século XX começarem a aparecer novos tratamentos somáticos na
assistência aos doentes mentais e que se utilizaram até ao aparecimento dos
psicofármacos nos espaços clínicos. Esta comunicação, também muito bem
complementada com projecção de imagens e dados estatísticos, cronológico-irrepreensivelmente
muito bem elaborados, em estudos feitos no Manicómio de Conxo (Santiago), entre
Junho 1916 e 1940, e no Manicómio de Toén (Ourense), entre 1959-1972. Gostamos
bastante!
Pedro Macedo |
Seguiu-se Pedro Macedo, Médico (Interno
Complementar de Psiquiatria) do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do
Centro Hospitalar de Trás-Os-Montes e Alto Douro, que acaba por centrar a sua
comunicação (co-autoria com Susana Nunes, do mesmo Centro Hospitalar) na
«História do uso dos placebos na psiquiatria», na “cura” de psicopatologia,
mesmo quando esse uso antecede a história da própria psiquiatria enquanto
ciência, “sendo inegável a sua eficácia, principalmente no tratamento de
sintomas psicossomáticos”. Foi abordada ainda a sugestionabilidade da mente
humana ser sobejamente conhecida e exceptuando as perturbações psicóticas, a
eficácia destes agentes alarga-se a um aspecto vasto das doenças mentais. Pedro
Macedo, fez-nos sentir que a compreensão da história do placebo é indissociável
do estudo da história dos ensaios clínicos randomizados e controlados.
Manuel Correia |
Manuel Correia, investigador do CEIS20
da Universidade de Coimbra, especialista doutorado em Egas Moniz, abordou, com
conhecimento de causa, «As tentativas
operatórias de Egas Moniz 80 anos depois», tomando como referência o livro Tentatives opératoires dans le traitement de
certaine psychoses, publicado pela editora parisiense Masson & Ce., em
1936, como principal “marco conceptual” do início do tratamento cirúrgico de
doenças do foro psiquiátrico, ao qual Egas Moniz juntou a descrição dos
resultados obtidos com a leucotomização de vinte pacientes. Magnífica
apresentação!
Maria López González |
A última comunicação da 5.ª Sessão coube
a Maria López González, farmacêutica comunitária (em co-autoria com María del
Carmen Francés Causapé, catedrática do Departamento de Farmácia &
Tecnologia Farmacêutica, da Universidade Complutense de Madrid-UCM), onde
abordou «A regulação do direito de acesso
ao medicamento para pacientes psiquiátricos nos séculos XIX e XX em Espanha».
Uma retrospectiva interessante, tendo em conta a contextualização cronológica e
as preocupações inerentes à regulamentação, por forma a estabelecer um controlo
de diagnóstico e aplicação dos fármacos adequados. Comunicação que, aquando do
debate, mereceu uma certa articulação com a de Pedro Macedo, nomeadamente por
parte do Professor Doutor João Rui Pita.
Tiburcio Angosto Saura |
Depois de um pequeno intervalo para Coffee, seguiu-se a 6.ª Sessão de
apresentação de comunicações, abrindo com uma «Viagem à Loucura Popular da
Galiza», apresentada pelo Médico Psiquiatra Tiburcio Angosto Saura, fruto de um
trabalho em co-autoria com M. J. Louzao, M. Piñeiro Fraga e M. A. Miguelez
Silva, trabalho esse que se baseia num estudo que estão a realizar sobre os
denominados “loucos populares”, aqueles que seriam, para eles, personagens que
tiveram uma grande aceitação popular, apesar de terem mostrado condutas
extravagantes e desadaptadas, provavelmente relacionadas com uma doença mental
grave. Além de estudarem as suas biografias e afinidades, avançam no sentido de
compreenderem “as causas que poderiam ter influenciado a sua conduta e, mais
importante ainda, as características da comunidade onde viveram e que
favoreceram a sua boa adaptação social”.
João Feliz |
Seguiu-se João Feliz, Interno de
Psiquiatria U. L. S. Guarda, com a comunicação «Em busca do gene marxista: Vallejo-Nagera e a psicopatologia da Guerra
Civil espanhola» (co-autoria com Pedro Sales, Interno de Psiquiatria
Hospital Garcia de Orta; Guilherme Bastos Martins, Interno de Psiquiatria
Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca; e João Cardoso, Interno de Psiquiatria
Centro Hospitalar de Lisboa). Tivemos a “sorte” de João Feliz ter-nos trazido
ao conhecimento António Vallejo-Nagera (1889-1960), célebre Psiquiatra espanhol
morigerado nos ensinamentos da escola alemã dos princípios do século XX,
dominada pela influência kraepeliniana, e chefe dos Serviços Psiquiátricos
Militares durante as primeiras décadas da ditadura franquista, quando publica,
em 1939, um livro que intitula “La Loucura y la Guerra: Psicopatologia de la
Guerra Española”, onde se propõe descrever e estudar a “totalidade das reacções
mentais mórbidas experimentadas pelos espanhóis de todas as classes sociais,
durante a guerra”. Apesar de mórbido, o conhecimento deste livro e desta
personagem autoral, foi muito importante para nós!
Sara Lima Castro |
Da parte de tarde, deste último dia de
Jornadas, só tivemos oportunidade de assistirmos à 7.ª Sessão de apresentação
de comunicações, com Sara Lima Castro, Médica Psiquiatra do Departamento de
Psiquiatria – Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, que nos apresentou a «Monomania» (co-autoria com Nuno
Borja-Santos, do mesmo Departamento e Hospital), reconhecida por Esquirol como
perturbação localizada (uma ou várias ideias fixas subordinando outros
fenómenos psíquicos), podendo levar à insanidade e condutas anti-sociais, relevando
do domínio médico-jurídico e da atribuição de responsabilidade.
Andreia Lopes |
Seguiu-se Andreia Lopes, Médica Interna
de Psiquiatria, no Serviço de Psiquiatria do Hospital Garcia de Orta, Almada,
com a comunicação «Psicopatia-Evolução
Conceptual» (em co-autoria com Pedro Sales e Jacqueline Ribeiro, Médico
Interno de Psiquiatria e Assistente Hospitalar Especialista em Psiquiatria, no
mesmo Hospital Garcia Orta). Com passagem por Pichard (1835), Koch (1891),
Schneider (1923), Andreia Lopes reporta-nos depois a 1941, altura em que os
trabalhos de Cleckley resultaram em critérios de diagnóstico que influenciaram
indelevelmente classificações posteriores. Gostamos!
Sara Repolho |
Sara Repolho, psicóloga, doutoranda da
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, apresentou-nos uma
interessante comunicação, onde aborda «Woyzeck
e a “Aberatio Mentalis Partialis”», sendo que o drama “Woyzeck”, obra do
dramaturgo alemão Georg Buchner, que, por ter falecido, em 1837, a deixa
inacabada, baseou-se em factos reais à época.
Gustavo França |
Por fim, ainda tivemos tempo de ouvirmos
Gustavo França, Médico interno de formação específica em Psiquiatria e Saúde
Mental, no Hospital de Magalhães Lemos, Porto, falar da «Sinestesia na obra de Luís Miguel Nava (1957-1995)», remetendo-nos
para a palavra Sinestesia, com origens no grego (syn e aesthesis), como “união
de sentidos, e, se em psiquiatria consiste numa sensação idiossincrática,
repetitiva e involuntária numa modalidade sensorial em resposta a um estímulo
de uma outra modalidade, na literatura, nomeadamente na poesia, é empregue como
figura de estilo e metáfora, adquirindo um significado fundamentalmente
estético”. Foi a partir da obra do poeta português Luís Miguel Nava, que
Gustavo França, através da multidisciplinaridade da Sinestesia, se propôs a
analisar a vertente mais literária e criativa da Sinestesia, por forma a obter “uma
compreensão mais alargada deste fenómeno”. E conseguiu abrir em nós, uma nova
visão e/ou um novo olhar sobre a obra poética de Luís Miguel Nava!
Regressamos cansados a
Viana do Castelo, mas reconfortados intelectualmente, com a promessa de para o
ano lá voltarmos!
No comments:
Post a Comment