«A promoção da cultura vianense assume-se,
assim, com o objectivo primordial desta edição, que continua a fazer história
no panorama editorial de Viana do Castelo, permitindo um conhecimento de
inúmeros aspectos de interesse científico e histórico…»
José Maria Costa
Fundados em 1978, sob a
orientação de António Dionísio Marques, Severino Costa, Maria Tereza Majer de
Faria, Jaime Cepa, Maria Augusta Eça d’Alpuim, J. Baptista Gonçalves da Silva,
Maria Emília Sena de Vasconcelos, Rui Pinto e Matias de Barros, os «Cadernos
Vianenses» apresentavam-se como uma publicação onde seriam “tratados todos os
assuntos que digam respeito às gentes de Viana do Castelo, analisando-as sob o
ponto de vista etnográfico e etnológico, somática e culturalmente, tratando de
desvendar as suas possíveis etnias, entendidas estas como seus caracteres
noológicos; relembrando e evocando o seu passado e, assim, estudando a sua
história, quer no aspecto puramente antropológico, quer nas suas manifestações
culturais, as mais diversas, desde a arqueologia, a passar pelo folclore,
cerâmica, trajos típicos e artesanato e a terminar na pintura, poesia e, até,
actividades desportivas” – como escreveria Dionísio Marques, na altura vereador
do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Viana do Castelo (editor da
publicação), em nota introdutória ao primeiro tomo. Percorridos trinta e seis
anos, eis que acaba de ser publicado o seu quadragésimo oitavo tomo, coordenado
editorialmente pelo chefe de divisão de Biblioteca e Arquivo municipais, Rui A.
Faria Viana (coordenador desde o tomo quarenta e quatro, 2010), e sob a
direcção do presidente do município vianense, José Maria Costa.
Com significativas
alterações introduzidas, precisamente a partir do tomo 44, os «Cadernos
Vianenses», enquanto publicação que se assumiria como arauto do passado e do
presente da região de Viana do Castelo, representam hoje, e bebendo das
palavras do actual presidente do município, o repositório “das várias
abordagens de problemas e de assuntos com interesse transversal para Viana do
Castelo nas temáticas da cultura, da etnografia, do património quer natural
quer construído”. Essa é a sensação com que ficamos ao longo destes trinta e
seis anos percorridos.
O tomo 48 dos «Cadernos
Vianenses» foi apresentado no passado dia 27 de Dezembro de 2014, em cerimónia
pública que decorreu na Sala Couto Viana da Biblioteca Municipal de Viana do
Castelo, onde estiveram presentes o presidente do município, José Maria Costa;
a vereadora do pelouro da Cultura do mesmo município, Maria José Guerreiro; e o
coordenador editorial da mesma publicação, Rui A. Faria Viana, que através duma
bem estruturada apresentação, diríamos até minuciosa, deu a conhecer ao público
presente os conteúdos deste mesmo tomo 48 dos «Cadernos Vianenses» e os seus
autores, realçando a qualidade quer de uns quer de outros. Elogios de
circunstância que seriam secundados, a posterior, pela vereadora e pelo presidente
do município, aquando do encerramento da sessão. Dois nomes a salientar, porque
referidos na sessão, no campo estético e/ou artístico: Rui Pinto, que desde o
primeiro tomo tem emprestado muito da sua sensibilidade, enquanto pintor, na
elaboração das capas, sendo que as mesmas, só por si só, espelham todo um
percurso artístico deste ilustre vianense, e não só; e Rui Carvalho,
competentíssimo designer da nossa praça, responsável pela sua apresentação
gráfico-estética, desde o tomo quarenta e quatro.
Este número dos «Cadernos
Vianenses», com 336 páginas, para além da habitual “Apresentação” do presidente
do município, apresenta-se com quatro separadores temáticos (secções): ESTUDOS
VÁRIOS – “Viana e o mar”, de Carlos Alberto da Encarnação Gomes; “Talha
religiosa de Viana do Castelo: panorama estético”, de Francisco José Carneiro
Fernandes; “Breve simbologia do Templo-Monumento de Santa Luzia”, de Ana
Marques; “De Viana ao Porto por Esposende até ao século XX: estradas, barcas e
pontes”, de Raul de Azevedo Saleiro; “Espaços ajardinados da cidade de Viana do
Castelo: contributos para a sua divulgação e importância para a fruição
pública”, de José da Cruz Lopes; “Primórdios do ordenamento e planeamento na
orla costeira minhota”, de Horácio Faria; “Casa dos Nichos: a utilização da
ilustração no seu discurso museológico”, de Hugo Gomes Lopes; FIGURAS E
MEMÓRIAS – “António Alfredo Simões Viana (1922): da medicina tropical a um
olhar psiquiátrico sob a criança no século XX”, de Porfírio Pereira da Silva;
“A citânia de Santa Luzia e o seu espaço envolvente”, de Jorge Alexandre Viana
Correia; TERRITÓRIO E CIDADES DO NORTE ATLÂNTICO IBÉRICO (comunicações
resultantes do 3.º Seminário realizado em Viana do Castelo, nos dias 25 e 26 de
Setembro de 2014) – “A urbanidade no litoral das rías atlánticas”, de Henrique
Seoane Prado; “Estratégia Alto Minho 2020: recomendação para uma visão de
mudança”, de Vânia Rosa; “Linha do Minho: uma reflexão sobre o serviço de
transporte e as interdependências com o território”, de Paulo Silvestre; “A
reabilitação e reinvenção dos espaços públicos. As praças como veículos de
regeneração urbana”, de Manuel C. Teixeira; “A configuração de Viana do
Castelo: uma perspectiva metodológica”, de David Leite Viana; terminando com
CONTINUADOS – “Arrolamento dos bens das igrejas”, de António Maranhão Peixoto.
A finalizar, surgem de
uma forma resumida algumas notas sobre os colaboradores, com o objectivo de uma
melhor identificação de todos os que assinam trabalhos inseridos neste tomo dos
«Cadernos Vianenses».
Mais um número que se recomenda!
1 comment:
Gostei da forma, do conteúdo, da apresentação, e agora, como não podia deixar de ser, da divulgação feita por si neste Blog. Um abraço,
Martins
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