Tuesday, April 14, 2015

«In perpetuam rei memoriam»: no centenário do nascimento de Hermes Pimenta Gonçalves (1915-2015)!



 «O nosso pai é a figura central da história recente da nossa família. Homem de acção, moldou a vida familiar dentro dos princípios da integridade, do respeito e do amor. A sua preocupação com o nosso bem-estar e o da nossa mãe, levou-o a acompanhar de perto e a apoiar o nosso crescimento e adaptação à sociedade…»

Ortelina, Maria Fernanda, Maria Teresa e Ana Paula

Foi com a maior das satisfações que anuímos ao honroso convite do Olindo Ramos Maciel para participarmos na homenagem comemorativa do Centenário do Nascimento (1915-2015) do Grande Artista do Vale do Neiva, HERMES PIMENTA GONÇALVES, aquele HOMEM vertical, pautado por princípios éticos, assentes nos pilares da família e dos ancestrais valores da educação, da moral e da solidariedade. Conhecemos perfeitamente o SENHOR – título honorífico que lhe impomos à boa maneira britânica (SIR), já que, por cá, os “comendadorismos” de circunstância caíram na artificial banalidade, do ser pelo parecer – HERMES, dado que frequentamos a sua casa, o seu improvisado espaço criativo, as suas intimidades (onde misturamos actos de cumplicidade) e deu-nos guarida no seio da sua família. Jamais poderemos esquecer o reforço dos “estados de alma”, aquando das suas oitenta e muitas translações, à socapa das recomendações preventivas da família, se deslocou, sozinho, de noite, ao volante do seu carro, até à milenar Bracara Augusta, para assistir ao lançamento das nossas modestas e/ou banais deambulações literárias. A sua presença irradiava em nós uma espécie de protecção, qual anjo da guarda se mostrava vigilante, conselheiro e piedoso providente.


É evidente que não vamos recalcar, aqui e agora, a sua biografia física de espaços temporais (dado que, anteriormente, já o havíamos feito em apontamentos dispersos por vários jornais regionais), pois à dimensão cosmológico-intemporal em que se encontra, a sua biografia está nas suas obras e no testemunho que deixou impregnado em cada um de nós. Foram dezenas e dezenas os retratados ou caricaturados pela sua magnífica inspiração cognitivo-artística e destreza manual. Tivemos a felicidade de sermos um deles! 
 

Por isso, apesar de termos outro compromisso marcado para esse mesmo dia e mesma hora, incondicionalmente aceitamos o convite do Olindo Maciel, querendo desde já expressar-lhe os mais efusivos parabéns pela iniciativa. Comoveu-nos profundamente a romagem ao cemitério, com a colocação de uma coroa de flores, seguida do acto cerimonial da apresentação do livro de Olindo Maciel «Centenário do Nascimento Hermes Pimenta Gonçalves 1915-2015», com caricaturas do SENHOR HERMES, e abertura da respectiva exposição. Toque mágico, celestial, aquele, o de abertura e fecho com música clássica, através do violoncelo de uma jovem instrumentista, com pena nossa de não ter sido apresentada. Enquadramento perfeito, carregado por um extraordinário magnetismo. Ponte, energeticamente positiva.  
O jornal «Amanhecer das Neves» fez-se representar pelos seus dois “pesos pesados”, Manuel Moreira do Rego e Amadeu Silva, e pelo autor destas mal alinhavadas linhas, imbuídos pela velha máxima de que “só morre quem é esquecido”.
         Parabéns SENHOR HERMES pelo seu centésimo aniversário!

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