«O nosso pai é a figura central da história
recente da nossa família. Homem de acção, moldou a vida familiar dentro dos
princípios da integridade, do respeito e do amor. A sua preocupação com o nosso
bem-estar e o da nossa mãe, levou-o a acompanhar de perto e a apoiar o nosso
crescimento e adaptação à sociedade…»
Ortelina, Maria Fernanda, Maria Teresa e
Ana Paula
Foi com a maior das satisfações que anuímos
ao honroso convite do Olindo Ramos Maciel para participarmos na homenagem comemorativa
do Centenário do Nascimento (1915-2015) do Grande Artista do Vale do Neiva,
HERMES PIMENTA GONÇALVES, aquele HOMEM vertical, pautado por princípios éticos,
assentes nos pilares da família e dos ancestrais valores da educação, da moral
e da solidariedade. Conhecemos perfeitamente o SENHOR – título honorífico que
lhe impomos à boa maneira britânica (SIR), já que, por cá, os “comendadorismos”
de circunstância caíram na artificial banalidade, do ser pelo parecer – HERMES,
dado que frequentamos a sua casa, o seu improvisado espaço criativo, as suas
intimidades (onde misturamos actos de cumplicidade) e deu-nos guarida no seio
da sua família. Jamais poderemos esquecer o reforço dos “estados de alma”, aquando
das suas oitenta e muitas translações, à socapa das recomendações preventivas
da família, se deslocou, sozinho, de noite, ao volante do seu carro, até à
milenar Bracara Augusta, para assistir ao lançamento das nossas modestas e/ou
banais deambulações literárias. A sua presença irradiava em nós uma espécie de
protecção, qual anjo da guarda se mostrava vigilante, conselheiro e piedoso providente.
É evidente que não vamos recalcar, aqui e
agora, a sua biografia física de espaços temporais (dado que, anteriormente, já
o havíamos feito em apontamentos dispersos por vários jornais regionais), pois
à dimensão cosmológico-intemporal em que se encontra, a sua biografia está nas
suas obras e no testemunho que deixou impregnado em cada um de nós. Foram
dezenas e dezenas os retratados ou caricaturados pela sua magnífica inspiração cognitivo-artística
e destreza manual. Tivemos a felicidade de sermos um deles!
Por isso, apesar de termos outro compromisso
marcado para esse mesmo dia e mesma hora, incondicionalmente aceitamos o convite
do Olindo Maciel, querendo desde já expressar-lhe os mais efusivos parabéns
pela iniciativa. Comoveu-nos profundamente a romagem ao cemitério, com a
colocação de uma coroa de flores, seguida do acto cerimonial da apresentação do
livro de Olindo Maciel «Centenário do Nascimento Hermes Pimenta Gonçalves
1915-2015», com caricaturas do SENHOR HERMES, e abertura da respectiva exposição.
Toque mágico, celestial, aquele, o de abertura e fecho com música clássica,
através do violoncelo de uma jovem instrumentista, com pena nossa de não ter sido
apresentada. Enquadramento perfeito, carregado por um extraordinário magnetismo.
Ponte, energeticamente positiva.
O jornal «Amanhecer das Neves» fez-se
representar pelos seus dois “pesos pesados”, Manuel Moreira do Rego e Amadeu
Silva, e pelo autor destas mal alinhavadas linhas, imbuídos pela velha máxima
de que “só morre quem é esquecido”.
Parabéns SENHOR HERMES pelo seu centésimo
aniversário!
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