Friday, November 08, 2013

António Maranhão Peixoto apresenta retrospectiva sobre “Carreço de outrora e de agora”!

“Carreço, verdejante rincão prendado pelo Atlântico e pela Serra de Santa Luzia, situado a cerca de seis quilómetros da sede do município, é uma localidade que nas últimas décadas tem trilhado um caminho de progresso e afirmação permanente da sua identidade”

Joaquim Viana da Rocha

António Maranhão Peixoto, ex-Chefe de Divisão do Arquivo Municipal de Viana do Castelo e actual Vice-Presidente do Município de Esposende, distrito de Braga, acaba de nos contemplar com um interessante livro sobre «Carreço de outrora e de agora», que acaba por reproduzir todo o percurso e acção de Joaquim Viana da Rocha, a liderar a autarquia de Carreço desde 1986, e que nas últimas eleições ficou impedido de concorrer por ter atingido o limite de mandatos: “Carreço de outrora e de agora é mais um contributo deste órgão autárquico para a consolidação do conhecimento sobre a nossa terra. Proporciona novas abordagens e novas leituras, com conceitos inovadores ao nível informacional, com revelações e sedimentação do trabalho de tantos que permanecem no público anonimato e se dedicam com apreço e enlevo ao desenvolvimento contínuo deste seu torrão natal ou residencial” – assim se explica Joaquim Viana da Rocha em jeito de mensagem de abertura deste mesmo livro.


Propondo-se, segundo a óptica do autarca, como sendo um “paginar do tempo mais recente, com enfoque na vigente democracia”, este livro, para além da mensagem de abertura, faz-nos perpassar por uma ANTOLOGIA, onde António Maranhão Peixoto aborda as Memórias Paroquiais de 1758, reproduz textos de José Augusto Vieira (O Minho Pittoresco), Raul Brandão (Os Pescadores), António da Silva (Carreço no passado e no presente, In «A Aurora do Lima»), António Maranhão Peixoto (Carreço, In «Dicionário Enciclopédico das Freguesias», 1.º Volume) e António Manuel Couto Viana (Lenda do Monte da Dor); pela IDENTIDADE, onde são reproduzidos mapas de delimitações, descrição do brasão, bandeira e selo branco (Diário da República – III Série, n.º 267, 18-11-1995) e toponímia; pela DINÂMICA AUTÁRQUICA a partir de Maio de 1974, apresentando-nos uma retrospectiva das eleições para a Assembleia de Freguesia e consequente composição da mesa, publicação de boletins informativos, Regimento da Assembleia de Freguesia (31 Artigos), Junta de Freguesia, Relatório de Actividades e Contas e Regulamento do Controlo Interno; pelo PLANEAMENTO TERRITORIAL E URBANISMO, com desenvolvimento detalhado sobre a ocupação do território e humanização do espaço, desde 1527; pelo EQUIPAMENTO SOCIAL, onde se fala das escolas, parques de estacionamento, áreas ajardinadas, melhoramentos na rede viária, abrigos de passageiros, parques infantis, sanitários públicos, passadiços de apoio às áreas balneares, alargamento do cemitério, construção da Sede da Junta de Freguesia, Centro de Dia e Apoio Domiciliário e Centro Social; pela QUALIDADE DE VIDA, onde são abordados os bens essenciais como a água e sua distribuição ao domicílio, a energia eléctrica, saneamento básico, melhoramento das infra-estruturas e rede viária, melhoramentos de cuidados de saúde, adjudicação da construção do edifício da Escola Pré-Primária e remodelação da Escola Primária; pelo PATRIMÓNIO onde (para além da Igreja Paroquial), com base na Lei de Separação entre a Igreja e o Estado, datada de 20 de Abril de 1911, e através de um “Livro de Arrolamento dos Bens da Igreja” (AMVC), os bens como as capelas (S. Paio, S. Pedro, Senhor do Bonfim, Bom Sucesso, Senhora da Conceição, S. Sebastião e Mortuária), cruzeiros, alminhas, moinhos, Estação, Farol e Forte do Paçô, são descritos de uma forma meticulosa; pelo ASSOCIATIVISMO, onde se reproduz o forte pendor nesta área, bem vincado na centenária Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço (SIRC), no alegre dinamismo do Rancho Regional das Lavradeiras e do Grupo Folclórico e Cultural de Danças e Cantares; e, finalmente, pelo AMBIENTE, que passa pela qualificação da zona balnear, ajustada a um Plano de Ordenamento da Orla Costeira e o aproveitamento dos recursos naturais, nomeadamente através da Energia Eólica, etc., etc.,… De uma forma particular, gostamos da apresentação, se tivermos em conta a nossa percepção estética.

António Maranhão Peixoto
Para terminarmos, convenhamos em dizer que António Maranhão Peixoto (N. 1963) é natural de S. Bartolomeu do Mar (Esposende), licenciou-se em História (1986) e obteve a pós-graduação em Ciências Documentais (1988), opção de Arquivo, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem uma grande experiência de escrita de História, com a divulgação de fontes, quer nos Cadernos Vianenses, quer em edições autónomas, onde se destacam estudos sobre cartografia e antleteriática local. Dirigiu o Arquivo Geral da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia entre 1989 e 1991, após que passou para a Biblioteca Municipal de Esposende, entre 1991 e 1992, e daí para o Arquivo Municipal de Viana do Castelo. A sua competência induziu-o a funções de formador, e coordenador, desde Fevereiro de 1997, da Comissão Permanente da Secção de Arquivos Municipais da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. É de momento, para além do já citado cargo no Município de Esposende, também docente convidado da Universidade Católica Portuguesa.
        Aqui fica mais uma sugestão de leitura e até para a semana!

1 comment:

capitão said...

Este livro não é "uma encomenda"?